Mas Yumi Kaneko, médica do serviço de reabilitação física que o Sesi (Serviço Social da Indústria) de São Paulo oferece a músicos, é taxativa: "Não existe nenhum instrumento musical que seja ergonomicamente adequado".
Quem toca tuba, por exemplo, corre o risco de ter hipertensão, devido à pressão que o fluxo de ar exigido pelo instrumento promove no organismo. Pianistas, por sua vez, ficam numa posição simétrica, mas podem ter problemas na coluna, nos ombros, no pescoço e na articulação dos punhos, dos cotovelos e dos dedos.
Como o piano é um instrumento que não permite ajustes (só no banco), o tipo físico do músico pode favorecer o aparecimento de lesões específicas.
Um pianista muito alto tem de se curvar para ler a partitura, o que pode afetar o pescoço. Já um baixo pode ter dificuldades para alcançar o pedal e ter de esticar a perna -caso de uma paciente de Fonseca.
A pianista, de 1,48 m, não consegue mais se levantar da cama devido às dores de uma pubalgia (doença que afeta o osso abaixo da bacia, muito comum em jogadores de futebol).
Quem começa a estudar música muito jovem tem mais chances de desenvolver adaptações anatômicas que facilitam a prática, afirma Kaneko. Segundo ela, estudos mostram que quem toca violino desde a infância, por exemplo, tem dedos muito mais flexíveis e a mão esquerda um pouco maior do que a direita. "No Brasil, a educação musical é muito tardia. Nossos instrumentistas iniciam os estudos em idade avançada e não desenvolvem essas adaptações anatômicas que os favoreceriam."
Vi lá na UOL.
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