Obra composta entre 17 de março e 11 de abril de 1878. A
primeira apresentação deste concerto, programada para março de 1879, teve que
ser adiada. Tchaikovsky dedicou a obra a Leopold Auer, professor do
Conservatório e primeiro violino (spalla) do quarteto
de cordas da Sociedade Musical Russa e das orquestras dos teatros imperiais de
São Petersburgo (Teatro Imperial Bolshoi Kamenny, Teatro Imperial Mariinsky,
Teatro Imperial Hermitage e Teatro Imperial de Peterhof). Porém, Leopold Auer
não se entusiasmou muito com o concerto e recusou-se a executá-lo. Face aos rumores
de suas dificuldades técnicas ao instrumento, Auer publicou, mais tarde, um
artigo dizendo que era muito grato a Tchaikovsky por lhe ter dedicado o
concerto, mas que somente o primeiro movimento era do seu agrado e que a parte
do solista necessitava de uma revisão para que o instrumento conseguisse se
sobressair frente à massa orquestral. Mais tarde, Auer incluiu esse concerto em
seu repertório e o adotou como peça de repertório para seus alunos.
Foi apresentado ao
público somente no dia 04 de dezembro de 1881, em Viena, pela Orquestra
Filarmônica de Viena sob a regência de Hans Richter, um dos maestros mais
respeitados na época, tendo como solista Adolph Brodsky a quem o concerto foi
dedicado. Foi muito bem recebida pelo público, apesar da opinião dividida dos
críticos.
O concerto foi orquestrado para 2 flautas, 2
oboés, 2 clarinetas (A), 2 fagotes, 4 corne-inglês (F), 2 trompetes (D),
tímpanos e cordas.
Movimentos:
• Allegro moderato - Moderato assai in D major
• Canzonetta - Andante in G minor
• Finale - Allegro vivacissimo in D major
Inicia-se com uma
breve introdução da orquestra, seguida por um pequeno trecho em que o violino toca
sozinho, preparando a entrada do tema principal.
O violino apresenta os temas em passagens extremamente virtuosísticas, ficando
a orquestra encarregada de reapresentá-los logo depois. Quando já ultrapassamos
a metade do movimento e caminhamos para o fim, o violino inicia uma longa
cadência virtuosística, escrita pelo próprio compositor. Logo após, em uma
passagem extremamente suave nas cordas, a flauta anuncia o tema principal. Tem
início a reexposição temática, que nos conduzirá à explosão do tutti final.
O segundo movimento, uma Canzonetta, inicia-se com um belo coral das madeiras. Este coral não apenas prepara a entrada do solista como, ao final, fechará o movimento criando, assim, uma moldura onde, no centro, solista e orquestra travam um belíssimo diálogo musical.
O Finale deve ser atacado logo após o segundo movimento, sem intervalo. Com temas eslavos e um jogo constante de acelerar e desacelerar, o terceiro movimento parece uma festa cigana onde o violino toca como se estivesse improvisando o tempo todo. Este movimento incomodou profundamente o crítico Eduard Hanslick, presente na estreia. Para ele, a maneira direta com que Tchaikovsky cria a atmosfera festiva cigana era obscena e incivilizada: “quando se escuta esta música é possível ver uma série de rostos selvagens, ouvir seu linguajar bárbaro e sentir o cheiro de bebida”. Talvez para ele, e para os vienenses da época, isto fizesse sentido.
Nesta obra, a parte da
orquestra é tão imaginativa quanto a do solista, e passagens eloquentes dos
vários instrumentos de sopro – em especial a do clarinete no segundo movimento
– tendem a evocar uma atmosfera de conto de fadas. O tema do último movimento nos lembra a Dança Russa do Balé Quebra-Nozes (Trepak).
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