#8 Instrumentos: Obras para Violino na música Romântica

Sibelius Violin Concerto, Op.47 (1902/1904)

O Concerto para violino e orquestra em Ré menor de Sibelius foi composto em 1903, justamente quando Sibelius se instalou em Järvenpää. A parte solista da versão original apresentava dificuldades técnicas que o próprio compositor, como violinista, reconheceu acima de suas possibilidades. Para a versão de 1905 Sibelius fez as necessárias revisões, e o concerto, desde sua estreia em Berlim (com o violinista Karl Halir sob a regência de Richard Strauss), incorporou-se definitivamente ao repertório violinístico. Exige do solista técnica impecável e um virtuosismo que só se torna convincente quando aliado a uma sobriedade expressiva devidamente calculada.
Originalmente Sibelius dedicou o concerto para o violinista notável Willy Burmester, que prometeu interpretar em Berlim. No entanto, por razões financeiras, Sibelius decidiu estrear em Helsínquia. Burmester não estava disposto a viajar para a Finlândia, então Sibelius atribuiu a responsabilidade pela Victor Novacek, professor de violino no conservatório da cidade. A estréia ocorreu em 1903 sob a direção de Sibelius. Novacek tocou mal e a estréia foi um desastre.
Sibelius não permitiu a publicação desta versão e fez várias revisões. A estréia da nova versão foi dada por Richard Strauss ea Berliner Philharmoniker. Sibelius não estava presente. A parte do solo foi oferecido novamente para Willy Burmester, que mais uma vez não estava disponível. Desta vez Karel Halir, líder da orquestra, desempenhou o seu papel. Burmester se ofendeu tanto que decidiu nunca tocar no concerto, então Sibelius se dedicou ao prodígio húngaro Ferenc Vecsey von, de apenas doze anos de idade na época. Vecsey aprendeu o concerto e fez 13 anos, mas não conseguia lidar com os requisitos técnicos extremamente complexos da peça.
O concerto foi orquestrada para 2 flautas, 2 oboés, 2 clarinetes, 2 fagotes, 4 trompas, 2 trompetes, 3 trombones, tímpanos e cordas.
Como outros concertos, a peça é dividida em três movimentos:
     Allegro moderato in D minor
•     Adagio di molto in B bemol minor
     Allegro ma non tanto in D minor
O primeiro movimento é organizado em forma de sonata. Longo e incisivo, após uma breve introdução orquestral, introduz o violino sobre um trêmulo das cordas em surdina. Inesperadamente, o solista apresenta uma pequena e brilhante cadência. Com o enunciado do segundo tema pelos violoncelos e fagotes, o violino torna-se mais subordinado à orquestra. Mas assume límpidas linhas melódicas em seu registro agudo para apresentar o terceiro tema. No desenvolvimento, solista e orquestra não retomam respectivamente os mesmos temas e, inusitadamente, a cadenza do violino, construída sobre o tema inicial, desloca-se do final para o centro dessa primeira seção. Na reexposição dos temas, a escrita violinística ganha um caráter improvisatório.
Sibelius ViolConc 1º mov 1.png
O segundo tema é apresentado pela orquestra e tem uma aparência forte de valsa, apresentando a romântica inspiração mediterrânea (reflexo de uma viagem de Sibelius à Itália). O violino tece linhas fantasiosas sobre a orquestra, desenhando uma admirável melodia, que retornará para concluir o movimento, após o agitado diálogo central do solista com a orquestra.


O terceiro movimento é conhecido entre os violinistas de sua técnica difícil. Ele foi descrito por Donald Francis Tovey como um "Polonesa para os ursos polares". Tanto é uma espécie de rondó descrito pelo compositor como uma dança macabra. Com um ostinato surdamente martelado, a orquestra sustenta a maior parte do movimento, dando ao violino a chance de se exibir com virtuosidade. A coda une os dois parceiros em um fortíssimo final.
Sibelius ViolConc 3 mov 1.png

Fontes:
https://en.wikipedia.org/wiki/Violin_Concerto_(Sibelius)
http://www.filarmonica.art.br/educacional/obras-e-compositores/obra/concerto-para-violino-em-re-menor-op-47/



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